Edgar Martins - Topologies 2008
Se nos compararmos com uma Holanda, com uma superfície terrestre de 41.526 km2, uma população de 16.418.826 de habitantes, ou seja, bem mais próximo das dimensões de Portugal, verificamos no entanto que possui um PIB de 662.296 milhões de dólares americanos e um PIB per capita de 40.338 dólares americanos, ou seja, um PIB 3,4 vezes superior ao português e um PIB per capita 2,2 vezes superior.
Noutro plano, se nos compararmos com uma Grécia, como quem sempre nos comparámos, dado o seu atraso, com uma superfície terrestre de 131.940 km2, uma população de 11.146.919 habitantes, um PIB de 308.449 milhões de dólares americanos e um PIB per capita de 27.671 dólares americanos, logo compreendemos também como a dimensão da superfície terrestre e o número da população não explicam tudo. Importa a posição geográfica? Com certeza, mas, nas comparações mais habituais, sempre nos esquecemos do Mar, onde reside toda a singularidade de Portugal.
Assim, se olharmos de novo, com olhos de ver, para um Mapa de Portugal, incluindo agora os respectivos limites marítimos, como ilustrado no Mapa aqui apresentado, elaborado pelo Comandante Luís Bessa Pacheco, do Instituto Hidrográfico da Marinha, facilmente deduziremos também que, para além de Portugal possuir a maior Zona Económica Exclusiva de todas as nações que compõem a actual União Europeia, constituir-se esta mesma área numa superfície 18 vezes superior à superfície terrestre, a área das Águas Interiores, mais a área correspondente ao Mar Territorial e Zona Costeira, 1,4 vezes a superfície terrestre, e se quisermos ainda ter em atenção a Área SAR (de Busca e Salvamento), estão esta área corresponde a uma superfície 62,7 vezes a superfície da superfície terrestre.
A proverbial imagem de Portugal como pobre e pequena nação periférica, sem recursos, numa Europa exuberante de riqueza, capacidade e centralidade, é pura miopia. Miopia tão mais grave quanto, imposta essa imagem por terceiros, estrangeiros ou tão só estrangeirados, hoje, para nós próprios, assim nos figuramos e representamos, sem mínima hesitação e ainda menos reflexão sobre a veracidade ou adequabilidade de tão abstrusa afirmação como disparatada figuração e representação.
Não esqueçamos que não por acaso assim sucedeu. Não esqueçamos que não por mero acaso ou desfastio proferiu o célebre Pascal a célebre piada sobre a verdade de aquém e além Pirinéus. Não esqueçamos que não por acaso moveu o Norte Protestante uma guerra sem quartel contra o Sul Católico _ não, por certo, uma Guerra Religiosa, stricto sensu, mas uma Guerra de Civilização, lato sensu, sem sombra de dúvida.
Tal referir, hoje, soa, mais do que politicamente incorrecto, desagradável, como questão de sacristia que não importa a ninguém e muito menos aos iluminados donos da História, aos doutos licenciados com direito adquirido de escreverem e reescrevem a seu belo prazer e folgar a nossa História, toda a História. No entanto, não podemos esquecer também que estamos a falar de uma época onde o sagrado e o sentido religioso da existência ainda primavam, desconhecendo-se então o actual conceito de secularização que domina, e também assombra, os dias de hoje.
Podemos discordar se tal circunstância foi a causa primordial, única, decisiva Causa de Decadência dos povos Peninsulares, para usar a celebrada expressão de Antero de Quental que, aliás, embora numa perspectiva errada, até do ponto de vista factual, muito próximo andou destas linhas de reflexão. Por certo, muitas outras causas e razões concorreram para a decadência dos povos peninsulares mas, ainda assim, tal não invalida quanto anteriormente dito. Haja como haja sido, indiscutível é que, Portugal, Cabeça da Europa, e Espanha dividiram o mundo e, tal circunstância, não podia ter deixado de gerar a sua inveja, como não deixou e a História amplamente o demonstra.
Independentemente de tudo isso, neste momento, porém, quanto acima de tudo nos importa aqui é mostrar e demonstrar como errada é essa visão de Portugal apenas como pobre, pequena e periférica nação, mais ou menos perdida no extremo da Europa, sem eira nem beira.
É um facto, Portugal está no extremo da Europa. É um facto, socorrendo-nos dos dados do L’Année Stratégique 2009, Portugal apenas dispões de uma superfície terrestre de 92.391 km2, com uma população de 10.623.032 habitantes para um PIB de $194.726 milhões de dólares americanos e um PIB per capita de 18.331 dólares americanos. É um facto, seguindo a mesma fonte, Espanha possui uma superfície terrestre de 504.782 km2, para uma população de 44.279.182 habitantes, um PIB de 1.224.676 milhões de dólares americanos, resultando num PIB per capita de 27.658 dólares americanos.
Não esqueçamos que não por acaso assim sucedeu. Não esqueçamos que não por mero acaso ou desfastio proferiu o célebre Pascal a célebre piada sobre a verdade de aquém e além Pirinéus. Não esqueçamos que não por acaso moveu o Norte Protestante uma guerra sem quartel contra o Sul Católico _ não, por certo, uma Guerra Religiosa, stricto sensu, mas uma Guerra de Civilização, lato sensu, sem sombra de dúvida.
Tal referir, hoje, soa, mais do que politicamente incorrecto, desagradável, como questão de sacristia que não importa a ninguém e muito menos aos iluminados donos da História, aos doutos licenciados com direito adquirido de escreverem e reescrevem a seu belo prazer e folgar a nossa História, toda a História. No entanto, não podemos esquecer também que estamos a falar de uma época onde o sagrado e o sentido religioso da existência ainda primavam, desconhecendo-se então o actual conceito de secularização que domina, e também assombra, os dias de hoje.
Podemos discordar se tal circunstância foi a causa primordial, única, decisiva Causa de Decadência dos povos Peninsulares, para usar a celebrada expressão de Antero de Quental que, aliás, embora numa perspectiva errada, até do ponto de vista factual, muito próximo andou destas linhas de reflexão. Por certo, muitas outras causas e razões concorreram para a decadência dos povos peninsulares mas, ainda assim, tal não invalida quanto anteriormente dito. Haja como haja sido, indiscutível é que, Portugal, Cabeça da Europa, e Espanha dividiram o mundo e, tal circunstância, não podia ter deixado de gerar a sua inveja, como não deixou e a História amplamente o demonstra.
Independentemente de tudo isso, neste momento, porém, quanto acima de tudo nos importa aqui é mostrar e demonstrar como errada é essa visão de Portugal apenas como pobre, pequena e periférica nação, mais ou menos perdida no extremo da Europa, sem eira nem beira.
É um facto, Portugal está no extremo da Europa. É um facto, socorrendo-nos dos dados do L’Année Stratégique 2009, Portugal apenas dispões de uma superfície terrestre de 92.391 km2, com uma população de 10.623.032 habitantes para um PIB de $194.726 milhões de dólares americanos e um PIB per capita de 18.331 dólares americanos. É um facto, seguindo a mesma fonte, Espanha possui uma superfície terrestre de 504.782 km2, para uma população de 44.279.182 habitantes, um PIB de 1.224.676 milhões de dólares americanos, resultando num PIB per capita de 27.658 dólares americanos.
Por outras palavras, com uma superfície cerca de 5,4 vezes superior à de Portugal, com uma população cerca de 4,2 mais população que Portugal, Espanha possui um PIB global cerca de 6,2 vezes superior ao nosso e um PIB per capita cerca de vez e meia mais elevado.
Se nos compararmos com uma Holanda, com uma superfície terrestre de 41.526 km2, uma população de 16.418.826 de habitantes, ou seja, bem mais próximo das dimensões de Portugal, verificamos no entanto que possui um PIB de 662.296 milhões de dólares americanos e um PIB per capita de 40.338 dólares americanos, ou seja, um PIB 3,4 vezes superior ao português e um PIB per capita 2,2 vezes superior.
Noutro plano, se nos compararmos com uma Grécia, como quem sempre nos comparámos, dado o seu atraso, com uma superfície terrestre de 131.940 km2, uma população de 11.146.919 habitantes, um PIB de 308.449 milhões de dólares americanos e um PIB per capita de 27.671 dólares americanos, logo compreendemos também como a dimensão da superfície terrestre e o número da população não explicam tudo. Importa a posição geográfica? Com certeza, mas, nas comparações mais habituais, sempre nos esquecemos do Mar, onde reside toda a singularidade de Portugal.
Assim, se olharmos de novo, com olhos de ver, para um Mapa de Portugal, incluindo agora os respectivos limites marítimos, como ilustrado no Mapa aqui apresentado, elaborado pelo Comandante Luís Bessa Pacheco, do Instituto Hidrográfico da Marinha, facilmente deduziremos também que, para além de Portugal possuir a maior Zona Económica Exclusiva de todas as nações que compõem a actual União Europeia, constituir-se esta mesma área numa superfície 18 vezes superior à superfície terrestre, a área das Águas Interiores, mais a área correspondente ao Mar Territorial e Zona Costeira, 1,4 vezes a superfície terrestre, e se quisermos ainda ter em atenção a Área SAR (de Busca e Salvamento), estão esta área corresponde a uma superfície 62,7 vezes a superfície da superfície terrestre.
Neste enquadramento, se ordenarmos as nações, não de acordo com a superfície terrestre mas de acordo com a dimensão da Zona Económica Exclusiva mais o Mar territorial, começamos a perceber, de facto, onde reside e qual a verdadeira dimensão de Portugal:
Fonte: Wikipédia
Portugal, pobre e pequena nação periférica, mais ou menos condenada à irrelevância?
Não sejamos patetas.
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